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Quem anda pelos corredores do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) nem sempre percebe uma tubulação cinza no teto interligando todos os blocos, incluindo Centro de Pesquisa Clínica e Banco de Sangue. Por ali circulam medicamentos, materiais e amostras de exames em mais de 2 mil viagens diárias. É o sistema de correio pneumático, que foi totalmente renovado a partir de 2019 e se tornou o maior do país, com 3,5 quilômetros de extensão e 76 estações. A tecnologia da empresa austríaca Sumetzberger foi cuidadosamente escolhida após oito anos de estudo e substituiu o sistema anterior, que funcionava desde 1998 com apenas dez estações.  

A expansão do hospital impulsionou a procura pela tecnologia mais moderna e robusta, que proporciona maior rapidez para atender às necessidades dos pacientes, garantindo a segurança do produto transportado e da equipe de colaboradores. As viagens são acompanhadas em tempo real por meio de um painel do sistema. O técnico de manutenção do correio pneumático, Sandro Juchem, explica que é possível identificar e resolver falhas no transporte por acesso remoto antes mesmo que o problema seja percebido pelo destinatário. 

São 11 linhas em operação e 211 cápsulas, sendo que 22 podem circular simultaneamente. Cada uma tem um chip, que indica o seu destino, e há seis modelos de cápsulas, que se diferenciam conforme o material transportado. As viagens são automaticamente programadas pelo sistema, que faz a priorização dos envios de acordo com o material sem necessidade de intervenção do usuário. Bolsas de sangue para transfusão e amostras de gasometria, por exemplo, precisam chegar ao destino em até 10 minutos e recebem prioridade. O tempo de transporte pode variar de 40 segundos a pouco mais de 2 minutos. 

Juchem recorda o caso de uma gestante com um quadro grave de saúde que necessitou de mais de 40 bolsas de sangue. As primeiras unidades foram entregues por mensageiro no Centro Obstétrico, mas as demais foram transportadas pelo correio pneumático. “O sistema é rápido e funciona muito bem”, destaca.

Quem mais utiliza a tecnologia são as equipes de Enfermagem, Farmácia, Suprimentos e residentes. Os profissionais são treinados para operar o sistema e evitar a ocorrência de erros durante o percurso. Em um hora, são realizadas em média 160 viagens. Os materiais que não podem ser enviados por correio, como vacinas, imunobiológicos, albumina, entre outros, são transportados por mensageiros.