A paixão pelo esporte marcou a carreira do cardiologista Jorge Pinto Ribeiro. Ainda na Faculdade de Medicina (Famed) na UFRGS, participou das atividades do Laboratório de Pesquisa do Exercício (Lapex) da Escola de Educação Física. Como resultado da experiência, realizou residência em Medicina Interna no HCPA e, simultaneamente, cursou especialização em Medicina do Esporte na Fundação Universidade Federal de Ciências Médicas (atual UFCSPA).
Com essa base, rumou para a Boston University, onde realizou doutorado em Fisiologia Aplicada, seguido de fellowship em Cardiologia Clínica no Brigham and Women´s Hospital. Esse período destacou-o no âmbito da pesquisa e rendeu as primeiras publicações internacionais de impacto citadas até hoje.
Ao retornar à Porto Alegre, em 1985, foi acolhido no Lapex e no Serviço de Cardiologia do HCPA, onde passou a atuar, além de integrar o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Cardiologia da UFRGS. Posteriormente, ingressou como professor adjunto da Famed. Orientou 31 dissertações de mestrado e 26 teses de doutorado. A intensa atividade acadêmica e científica gerou mais de 140 publicações e mais de 1.100 citações, além de ter atuado como revisor de periódicos internacionais.
Jorge era entusiasta de projetos colaborativos e defendeu a entrada de alunos não médicos nos programas de pós-graduação ligados à Medicina. Com esse espírito, criou o Laboratório de Fisiologia do Exercício (LaFiEx) no HCPA, onde desenvolveu suas pesquisas mais recentes juntamente com um grupo qualificado de alunos de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Na área administrativa, atuou como coordenador do Programa de Pós-Graduação em Cardiologia, da Comissão de Pós-Graduação e do Grupo de Pesquisa e Pós-Graduação (GPPG), saindo dessa função para assumir a chefia do Serviço de Cardiologia em 1997. Sua passagem foi marcada pela qualificação da assistência oferecida aos pacientes. Na sua gestão, o HCPA foi o primeiro hospital público do estado a oferecer angioplastia primária 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano, o que foi considerado uma revolução para a época.
Jorge também foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia e, nos últimos 10 anos, atuou como chefe do Serviço de Cardiologia do Hospital Moinhos de Vento, além de manter as atividades na Famed e no HCPA. Faleceu prematuramente no dia 23 de agosto de 2012, sendo lembrado como um modelo de médico, professor e pesquisador. Por esse legado, foi homenageado dando nome ao Centro de Pesquisa Clínica do HCPA.