Doação de órgãos e tecidos para transplantes
O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) realiza transplantes de coração, pulmão, fígado, pâncreas, rins e córneas.
Como a pessoa pode se tornar doadora de órgãos?
Potencialmente, qualquer pessoa poderá vir a ser doador de órgãos quando morrer. Para isso, basta informar à família que quer ser doador de órgãos. Somente a família do falecido pode autorizar a doação. Pela legislação brasileira, somente pode haver a doação quando ocorrer morte encefálica.
O que é morte encefálica?
É o tipo de morte que permite que os órgãos sejam aproveitados em condição adequada para transplante. Trata-se da morte neurológica, quando o cérebro para de funcionar, ainda que o coração e os pulmões continuem funcionando com a ajuda de aparelhos e medicamentos. Este tipo de morte só pode ser comprovado em hospitais que tenham UTIs e emergências, que possam manter os pacientes com respiração artificial por aparelhos. Os hospitais devem seguir também um protocolo estabelecido pelo Conselho Federal de Medicina (resolução nº 2173/2017).
Que órgãos e tecidos podem ser doados?
Teoricamente, todos os órgãos e tecidos podem ser doados, dependendo da sua condição no momento da retirada. Isso deve ocorrer em ambiente cirúrgico adequado e o transplante, especialmente de órgãos sólidos (coração, pulmão, fígado, pâncreas e rins), deve acontecer no menor tempo possível. Os tecidos mais comumente transplantados são as córneas, a pele e os ossos.
Existem órgãos ou tecidos que podem ser doados em vida?
Sim, existem algumas situações específicas nas quais o doador pode doar órgãos ou tecidos sem estar morto (doação intervivos). É o caso de órgãos duplos (por exemplo, os rins), ou de parte de um órgão (por exemplo, o fígado e o pulmão).
Quem não pode ser doador?
Pessoas com alguma condição de doença atual ou no passado, como Aids, infecção aguda não controlada e câncer.
Quais os principais motivos expostos pelas pessoas ou famílias para não doarem órgãos?
Existem alguns motivos de ordem religiosa, cultural ou social que impedem a autorização das famílias para a doação de órgãos de parente falecido. Mas, um dos motivos mais comuns que dificultam a doação, é o fato de a família desconhecer a vontade do falecido sobre a doação de órgãos. Por isso, é muito importante conversar em casa sobre a disposição de vir a ser um doador de órgãos após a morte.
O doador ou a família podem escolher o receptor do órgão? Quem recebe os órgãos/tecidos doados?
No caso de doação de órgãos de pessoa falecida, um membro da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott) do hospital entrevista a família do falecido, obtém a autorização para a doação e informa a Central de Transplantes. Esta instituição estadual tem o controle de todas as listas de espera de pessoas que aguardam por órgãos, assim como o registro de todas as equipes transplantadoras. Ela é que faz a distribuição dos órgãos doados, de acordo com vários fatores que indicam os melhores receptores (ou seja, compatibilidade sanguínea, tamanho do órgão, tempo de espera na lista, urgência no transplante, distância geográfica entre o doador e o receptor). Em seguida, as equipes transplantadoras são chamadas e os transplantes são realizados naqueles hospitais credenciados para isso.