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Pesquisa mapeou variações genéticas do câncer renal

Três pesquisadores do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) são co-autores de artigo publicado no dia 1o de maio pela Revista Nature, um dos mais importantes periódicos científicos do mundo. A diretora de Pesquisa do HCPA, Patrícia Ashton-Prolla, o diretor-médico Brasil Silva Neto e a farmacêutica Mariana Botton participam do estudo 'Geographic variation of mutagenic exposures in kidney cancer genomes'. O trabalho aponta que existem diversas mutações genéticas no carcinoma de células claras renais, que variam conforme a região do globo.  Também conclui que há agentes subjacentes até agora não identificados pela epidemiologia convencional. 

A pesquisa sobre o carcinoma de células claras renais - um tipo frequente de câncer de rim - foi feita a partir da análise completa do genoma de 962 amostras, provenientes de 11 países. Também foram analisados  sexo, idade no momento do diagnóstico e fatores de risco como índice de massa corpórea, hipertensão e tabagismo. O Brasil contribuiu com 96 amostras. 

Na Romênia, Sérvia e Tailândia houve evidência de risco associado à exposição a determinadas plantas. No Japão aparece uma mutação de origem ainda desconhecida, em mais de 70% dos casos. Além disso, há um perfil de maior risco que aparece predominantemente em países de maior incidência da doença. Conforme o artigo, as conclusões mostram oportunidades de novos insights para a pesquisa sobre a causa do câncer.

Participação do Clínicas

O HCPA é uma das quatro instituições brasileiras parceiras da iniciativa internacional Mutographs of cancer: discovering the causes of cancer through mutational signatures (www.mutographs.org), que visa identificar mutações no DNA que indiquem causas ambientais e hereditárias de alguns tipos de câncer. Desde setembro de 2018, o hospital participa do projeto, coordenado pela professora Patrícia. A meta é coletar materiais biológicos e informações sobre hábitos e exposição a riscos ambientais de 400 pacientes do HCPA com câncer.  

Também participam do estudo o Hospital do Câncer de Barretos, o Instituto Nacional do Câncer e o AC Camargo Cancer Center. O artigo pode ser acessado no link https://www.nature.com/articles/s41586-024-07368-2.