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Para marcar o 20º aniversário do Dia Mundial do Câncer e reforçar a importância do controle da doença, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançaram hoje a edição 2020 do Relatório Mundial sobre o Câncer (World Cancer Report – WCR), focando no tema pesquisa para prevenção do câncer. No documento, a coordenadora do Grupo de Pesquisa e Pós-Graduação e professora do Serviço de Genética Médica do HCPA e da UFRGS, Patricia Ashton-Prolla, contribui com capítulo inédito, abordando a importância da identificação de pessoas de alto risco genético para a prevenção da doença.

patricia prolla

“É a primeira vez que o WCR inclui um capítulo sobre o papel da genômica na prevenção. A identificação de pessoas e famílias com câncer hereditário é uma oportunidade ímpar para agir em intervenções preventivas, usando ferramentas de diagnóstico que permitam identificar o risco antes de um tumor se desenvolver”, salienta. Há mais de 20 anos atuando no Serviço de Genética do HCPA, a pesquisadora completa. “A visibilidade que esta publicação traz para a área da oncogenética é enorme e deverá reforçar a importância da inclusão da genômica na linha de cuidado dos pacientes e famílias com câncer”. O capítulo foi proposto ao WCR em parceria com Jeffrey N. Weitzel, colaborador de longa data e coordenador do Programa de Oncogenética do City of Hope Medical Center, na California.

O relatório é uma publicação multidisciplinar, que congrega dezenas de especialistas e cientistas internacionais como autores e revisores. Mais de 60 capítulos descrevem diferentes aspectos da prevenção do câncer, ressaltando a importância de atividades de pesquisa nos últimos cinco anos. Com um material ilustrado e de livre acesso, o WCR 2020 é uma das principais referências na área da Oncologia. Nesta edição, aborda as tendências atuais em incidência e mortalidade por câncer em todo o mundo, fatores de risco e opções de prevenção com base em causas já estabelecidas, biologia e comportamento de diferentes tipos de tumores, além de propor estratégias de prevenção do câncer em diferentes países, incluindo uma discussão sobre desigualdades que afetam o controle efetivo da doença. A publicação na íntegra pode ser acessada em: http://publications.iarc.fr/586

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Conforme a OMS, há uma necessidade urgente de reduzir as discrepâncias e ampliar o acesso da população a serviços de câncer em países de baixa e média renda. A OMS alerta ainda que, se as tendências atuais continuarem, o mundo terá um aumento de 60% no número de pessoas vivendo com câncer nas próximas duas décadas.