Início do Conteúdo

Durante três dias, de 3 a 5 de abril, o Hospital de Clínicas debateu assuntos para melhorar a gestão dos serviços de emergências. A Jornada Multiprofissional do Serviço de Emergência do HCPA trouxe questões como o problema da superlotação dos serviços, a síndrome de Burnout e a importância do paciente nos processos assistenciais, trazendo aspectos práticos e teóricos com olhar de profissionais de diversas áreas.

Na abertura da programação, a coordenadora do Grupo de Enfermagem, professora Ninon Girardon da Rosa, destacou a relevância do evento. ”Com 32 anos de existência da Emergência do HCPA, temos a oportunidade de refletir e de renovar nossa forma de trabalho. Parabenizo toda a comissão organizadora pela iniciativa”. O diretor médico, professor Milton Berger, lembrou que o Serviço de Emergência passou por uma série de adaptações para melhorar o atendimento. “As mudanças do acolhimento do paciente e a redução do tempo de espera são medidas que vão trazer benefícios para quem precisa do serviço de urgência”.

jornada multiprofissional mesa

Débora Noal, que atua no Médicos Sem Fronteira, participou do socorro das vítimas da tragédia do Haiti em 2010 e, por último, esteve à frente dos trabalhos em Brumadinho, no rompimento da barragem da Vale. Ela tratou do estresse de quem atua em ambientes de pressão. “Os profissionais da Emergência vivem casos semelhantes, porque se expõem a corpos, à contaminação e, na hora de pararem, não conseguem se desligar, gerando a exaustão emocional, dores de cabeça e musculares, o que acaba sendo a síndrome de Burnout”, refletiu .

O chefe do Serviço de Emergência, João Carlos Batista Santana, e o médico do Hospital Sírio Libanês Rasível Santos trataram da importância do trabalho coletivo e do projeto Lean nas Emergências. “Trabalho em equipe sempre é uma troca e soma de esforços. Isso no ambiente de urgência e de emergência faz toda a diferença”, ressaltou Santana. Rasível falou das vantagens do projeto Lean, uma iniciativa do Ministério da Saúde por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS), o qual o Hospital de Clíncias integra desde o começo do ano. ”A metodologia agrega novos procedimentos de triagem dos pacientes e mudanças nas internações, transferências e altas para reduzir a superlotação do setor. 17 estados já se beneficiaram com o projeto e, no Rio Grande do Sul, o Clínicas está começando a colher os resultados”, analisou.