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nova rotulagem alimentos

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o alto consumo de alimentos ultraprocessados está diretamente ligado ao excesso de peso da população, trazendo doenças como diabetes, hipertensão, obesidade e diversos tipos de cânceres. Uma das principais armas contra esses males da saúde é boa informação. Por isso, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre integra a mobilização pela consulta pública para a nova rotulagem nutricional dos alimentos no Brasil.

Os alimentos ultraprocessados passaram por técnicas e processamentos com adição de alta quantidade de sal, açúcar, gorduras e realçadores de sabor. Por seduzirem o paladar, acabam tendo uma aceitação maior da população, não sinalizando a saciedade do apetite e provocando o consumo excessivo e desapercebido de calorias. E, pior, em geral, as pessoas não sabem o quanto esses produtos são prejudiciais à saúde.

Em uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) em 2016, mais de 70% dos participantes disseram ter dificuldade para compreender os rótulos dos produtos. Por isso, a campanha quer que o consumidor tenha o direito de saber a tabela dos ingredientes e as consequências que cada tipo de produto pode trazer à saúde, por meio de uma rotulagem adequada e informações claras. Para que as escolhas alimentares sejam mais saudáveis e feitas de forma consciente, é preciso que o consumidor tenha esse conhecimento, assegura o Núcleo Interdisciplinar de Prevenção de Doenças Crônicas na Infância (Prevenção UFRGS), organizador das atividades.

Desde 2000, a OMS tem incentivado campanhas de conscientização para sensibilizar formuladores de políticas públicas, parceiros do setor privado, profissionais da saúde e o público em geral. Em 2014, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou um grupo de trabalho composto por membros da academia, representantes da indústria, dos ministérios relacionados ao tema, de conselhos nacionais de Nutrição e segurança alimentar, do Idec e da Proteste,  para discutir como fazer uma nova rotulagem nutricional de alimentos. Em 2017, após definição de objetivos, a Anvisa lançou o edital para apresentação de propostas.

Este ano, o relatório do grupo concluiu que o modelo mais adequado é o de advertência frontal, aliado às informações sobre a tabela nutricional, as listas de ingredientes e o porcionamento de 100g ou 100ml, para efeito de comparação entre os alimentos.

A próxima etapa do processo é o lançamento da consulta pública pela Anvisa. Será o momento em que toda a população deverá opinar sobre o modelo de rotulagem nutricional de alimentos a ser adotado pela indústria.

A petição, que já tem mais de 90 mil apoiadores, e as ações da campanha podem ser acessadas pelos sites: https://www.ufrgs.br/novarotulagem/ e https://alimentacaosaudavel.org.br/direitodesaber/. A assinatura da ação é importante porque ajuda a pressionar as autoridades a lançarem a consulta pública.